Post #24 - SP: Vegas Open e Akkari; o homem do corpo fechado, e ferro na França! Bora Brasil!

Oi Pueblo, tudo bem? Cheguei no Rio depois de uma noite muito dificil de engolir onde nem dormi e vim direto do game! Calma, vou contar (pouco). Ontem trabalhei all day e o Eric foi me encontrar umas 6 e fomos prum happy hour com uns amigos engravatos dele (uma mudança do pueblo do poker! Eu nem lembrava como era uma gravata!) e depois de beber bastante “vamos pro Paradise jogar o Vegas Open de 1K, né? Claro. EU NUM QUÉ SABÊ!” Bom, lá fomos nós, e eu tenho horror de quem conta bad beats, mas ontem foi demais! Eu, Akkari, Eric, Pipo, Vitão e mais um bando de discrente, e puebs, o torneio era meu e na mesa final foi um bad beat mais NOJENTO atrás do outro. Tanto que quando eu caí em 5 lugar (patético) eu bati (fisicamente bati) no Akkari, levantei, fui lá pra trás e chorei. Chorei mesmo – não tô de firula não. (Vantagens de ser menina – posso chorar a vontade e todo mundo falar que é coisa de menina, pq é mesmo! E fui consolada pelo Ricardo, jogador de SP que tava de sócio comigo no torneio 50/50). É, acho que sou meio Phill Hellmuth. Quando voltei pra sala o Akkari veio falar comigo, “Pô Maridu, não pode tiltar tanto…” e eu sei que ele tem razão, mas não adianta, eu não consigo ser plácida feito um cisne num lago da Irlanda – sou totalmente emocional e passional, me envolvo com o meu jogo, e tilto mesmo – deve dar pra ver fumacinha saindo. Fiquei mal pq eu tava muito presente ali, muito concentrada, amarradona de fazer uma final entre eu, Akkari e Pipo, e não acho que errei nas minhas decisões (ah, ok, errei, pq se tivesse acertado teria ganho) mas só pra vcs terem uma noção do nojo: AJ vs A6, flop 478, turn 5… esse é um mini-exemplo do nojo. Ah… whatever. Mas enfim, that’s poker; mó jogo de corno, VIU AKKARI!?!? (pior que ele ficou triste mesmo quando eu caí em 5… eu vi. O Akkari é legalzinho… ;-)

Mas fora o nojo, minha passada por SP foi ótima (as usual). Troquei muita idéia com o Vini, que eu tô convencida que é dos melhores jogadores do Brasil, mas não aparece muito pq tá 100% no cash game (o mais caro de SP!) e nunca joga online. O cara é campeão master de xadrez e conta histórias de quando jantou com o Kasparov (fora as histórias do game-zinho dele que eu fico babando!) Ele é do tipo que chega pra mim e pergunta: "Maridu, vc que gosta de estatística, qual a porcentagem de KQ vs KQ vs 84 na mesma mão - nenhuma é suited" (resposta é um surpreendente 33% pra todas as mãos pelo número de vezes que as duas KQ vão dividir e as outras vezes que o 84 vai levar sozinho) - esse tipo de coisa que mostra que o cara tá pensando sobre poker mais que aparenta. Eu até queria ir no game dele, mas ainda bem que ele não me levou pq eu provavelmente ia me atolar!

Tb reencontrei um pueblo ótimo pelas mesas de SP que, além de melhorar meu game cada vez que jogo junto, já virou amigo, como o Ricky Taki, que tá p&^% da vida comigo pq qdo fui pra SP e ele ficou em 2 lugar no BSOP e eu nem comentei aqui – UM ABSURDO! O Ricky joga o fino, um prazer tê-lo na mesa, trocamos várias idéias sobre poker e sobre o futuro dele pq ele está prestes a ser pai – lá vem mais um degenerado pro mundo! ;-) Parabéns Ricky! Também peguei o Bruno “Papito” na minha mesa, que já na 2a mão me doou 2000 fichas numa tentativa de roubar um pot com 88 e eu com QQ (Boa Papito! ;-). Também tava na minha mesa um figura clássica do poker de SP, o Pistola, e quem joga com ele sabe o rebolado que tem que ter pra sair das confusões que ele se mete (e mete vc tb!) durante a mão. Gente, o game do Pistola é o seguinte: não existem 2 cartas que ele não goste, e quando tá batendo pra ele, sai da frente! Então passei a maior parte do tempo tentando desviar das jogadas que acho que nem ele sabia que tava fazendo. Isso exige muita técnica meu pueblo… (hehehe!) E rolaram alguns shows de horror mas o pior (ou melhor!) foi uma mão com um Tiozão (e claro, tinha que ser comigo!) na mesa final. O Tio achou que tinha feito straight, e não tinha, e eu ganhei, mas ele saiu puxando as minhas fichas do meio do pot com uma vontade que quase tive que bater nele tambem. Nunca soube que eu era tão violenta! (té parece!)

Na mesa final eu tive o prazer de sentar com meu amigo Akkari e ver o joguinho macarronico dele. Um lixo mesmo. Se existia alguma duvida, não tem mais – joga mal e necessita da sorte pq precisou catar o único A do deck pra levar metade do meu stack num JJ vs A7. Decsobri uma coisa: o Akkari é tipo o Nô do Riacho Doce, tem o corpo fechado – só macumba pra ganhar do queridinho do Lee Jones!… (;-) (Grande jogador meu amigo Akkari! SACO!) O Pipo, um ser muito querido e 100% tiltado, sentou a minha direita e quase me levou a loucura. Toda mão que eu dava fold lá vinha ele no meu ouvido com aquele sotaque pernambucano (metade forçação!) “Pô Maridu, larga de ser tight. Joga uma mão pelo menos! Mete ficha! Assim não dá menina!” etc. Olha puebs, tem que aturar! ;-) Pior que dá raiva de admitir que ele joga bem… É agressivo nas horas certas, tem excelente timing, sabe o que tá fazendo (o que já diz muito) e além de dar uma leve alergia (!), tb dá bastante trabalho na mesa (como jogador) e me diverte muito (tô convencida que ele não sabe ver hora em relógio de ponteiro). Dá pra ver o quanto me divirto em SP e que rapidinho eu volto pra lá. E como o próprio tiltado do Pipo falou "Agora que pontuou no Vegas Open, Maridu, vc vai ter que se atolar até o final!" - Socorroooo! hehehe...

Vi que o meu pueblo entrou numa de mandar nomes pro filme. Adorei as sugestões, vou considerar com carinho, mas a verdade é que no momento só consigo pensar no WSOP e o lance agora é esperar ESPN. Mas sério, tô quase desencanando de filmar o WSOP – tá muito dificil mesmo e em cima da hora. Dói no coração, mas q q eu posso fazer? Tô tentando de tudo – se não me liberarem pra filmar, e aí? Tô tentando manter a perspectiva (e não bater em ninguém!) de que o WSOP não faz o filme, e sim os jogadores e suas histórias mas com 22 jogadores brasileiros confirmados em Vegas na mesma época, claro que alguem vai beliscar alguma coisa. Não sei mais o quê fazer… Let’s see… eu tô all in, alguém tem que call! (como será que o Omar tá lá hein? OMAR, deixa um comment aqui contando algo! Saudades! Tá todo mundo torcendo muito por vc!)

Bom puebs, é isso. Vou descansar (leia-se, session online!) pq sempre que volto de Sampa parece que estive num campo de batalha – passo dias sem comer nem dormir direito, volto exausta e com as calças caindo de tão magra (isso nem é tão mal!) e precisando de primeiros socorros, e vou me preparar pra BRASIL x FRANÇA! A França é o lugar que eu mais amo na terra, mas amanhã quero Napoleão e toda Marselleis levando ferro! E ainda não sei qual vai ser o nome do filme, mas sei que ele vai abrir com uma frase que vem de 1 dos meus top 5 ídolos, e em homenagem ao jogo de amanhã e o couro que vamos dar na França, vou dividi-la com vcs. É coisa altamente sagrada na minha vida, então prestem atenção:

“When you see your enemy making a mistake,
don’t interrupt him”
--Napoleão Bonaparte

Beijos, té mais,
ME – bora Brasil!

ADENDO: Vini, larga de ser safado, não me levou pro game e ainda ficou com o meu Ipod! (e falou a seguinte frase; “esse lance de Ipod é bem legal! Hahaha! 100% alienígena!) Eu quero de volta!

QUANTO CABE???